terça-feira, 31 de janeiro de 2012

OS NÍVEIS DE LÍNGUA nas cartas

A riqueza ou a pobreza do nosso discurso, daquilo que dizemos/escrevemos, depende do nosso interlocutor. Não falo da mesma maneira com o meu avô e com o meu vizinho de 5 anos, não falo da mesma maneira com o professor e com a porteira do meu prédio. A forma como nos exprimimos depende:

a) da importância do que dizemos;
b) da nossa cultura pessoal;
c) da cultura pessoal do nosso interlocutor;
d) da classe social a que emissor e recetor pertencem.

Assim, é possível identificar vários níveis de língua

Níveis/registos de língua


literário



cuidado



corrente, normal, médio



familiar




Calão

Nível

popular

gíria



regionalismos


linguagem técnico-científica



Nas cartas, a Clarice e a Tia Lu/ Raquel, mesmo se se usa a linguagem escrita, as marcas de oralidade, próprias da linguagem oral abundam. Podemos identificar um nível de língua familiar. A jovem Clarice escreve inicialmente à personagem do livro que acabou de ler, a Raquel, e depois percebe que atrás da Raquel há a tia Lu. A intimidade, primeiro com a personagem e depois com a tia Lu, é indiscutível e por isso há uma proximidade que leva ao nível familiar. As expressões são simples, há uma forma despreocupada e não há muita atenção à correção gramatical:

- "Clarice, adorei sua carta." (p. 41)

- "Vê lá se eu morasse numa casa dessas com quintal e com um pessoal bacana se eu ia ficar muda! Eu, hein?" (p. 41)

- "Agora eu tenho que ir, porque o meu pessoal me chamando pra jantar." (p. 42)


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